quinta-feira, setembro 07, 2006

A PRIMEIRA SEMANA
Como já antes referi, a Adriana nasceu pequenina. No entanto, esse foi o menor dos nossos problemas.
Pouco tempo depois de nascer foi me "posta à mama". Não quis comer. Não sugava. Experimentou-se o biberão. Também não agarrou. Não se insistiu por se pensar que estivesse combalida devido à anestesia.
Quando fomos para o quarto começaram a chegar as visitas e até ao momento em que as enfermeiras chegaram para me ajudar a levantar, tudo parecia bem. Nessa altura ficámos sozinhos (eu, o papi e a Borboletinha) e preparámo-nos para lhe voltar a dar o peito. Nessa altura percebemos (percebeu a enfermeira) que a Adriana não tinha o reflexo da sucção.
Ficámos assustados. A enfermeira descansou-nos dizendo que não era nada de especial e que rapidamente passaria. No entanto, não a podiamos ter connosco, uma vez que ela não se podia alimentar autonomamente. E lá a levaram para o Serviço de Neonatologia do hospital.
Sempre imaginei que depois de nascer não nos separaríamos, mas a verdade é que isso aconteceu mais cedo do que se podia pensar. Ainda assim, estava tão cansada e tão fraca (tive de acordar o Rui de noite para me ajudar a levantar), possivelmente ainda sob o efeito da anestesia, que aceitei bem a ausência da bebé. Para além disso, sabia bem que o facto de não estar connosco era para bem dela.
Os dias que se seguiram foram passados por mim a subir e a descer de elevador no hospital. Sempre fizemos questão de estar com ela nos momentos da alimentação (ainda que pouco pudessemos fazer) e nos seus banhos. Aliás, ao segundo dia, foi o pai que lhe deu banho e a partir daí fomos sempre nós os dois. A determinada altura, os enfermeiros deixaram de se preocupar com ela, quando nós estávamos por perto.
No entanto, se no início estava a aceitar bem aquela situação, à medida que o tempo ia passando a angústia ia tomando conta de mim. Afinal, todos me diziam que era uma situação passageira, que passaria de um dia para o outro, mas a verdade é que não havia maneira de se resolver. Durante 7 dias a Adriana teve de ser alimentada através de uma sonda que era introduzida pela boca. Era através dela que lhe injectávamos o leite, que ia directamente para o estômago.
O pior de tudo foi eu ter tido alta do hospital antes dela. Ainda tentámos adiar a alta mas não era viável, uma vez que não era possível prever quando é que a situação ficaria resolvida.
Chorei muito. Mais uma vez, era obrigada a viver uma situação que nunca tinha previsto. Como diz o Rui muita vez, preparámos-nos para tudo, menos para a hipótese de uma cesariana ou para a possibilidade de sairmos sozinhos do hospital. Custou-me/nos mesmo muito, tal como me está a custar, hoje, recordar aquela sexta-feira em que eu saí e ela ficou.
Desde esse dia até à terça-feira seguinte pouco mais fizemos do que correr de casa para o hospital. Fazíamo-lo com a maior das boas vontades, mas sempre rezando para receber uma boa notícia quando lá chegássemos.
Isso aconteceu na segunda-feira. Fomos recebidos com a notícia de que já tinha bebido leite pelo biberão. Experimentei logo dar-lhe o peito e ela bebeu alguma coisa. Ficámos tão felizes e percebemos que a vinda dela estava para breve.
Na manhã seguinte, liguei para o hospital e fui informada que podia levar o ovo e a roupinha dela para a trazer para casa. O que eles não sabiam era que nós andávamos com tudo isso no carro desde o primeiro dia. LOL
Pois é! Foram uns dias algo complicados, mas que já estão muito longe.
E esta foto, é ou não é expressiva? Tinha 3 dias, mas já mostrava este semblante marcado. Este é o famoso franzir de testa que tanto a caracteriza e que, pelos vistos, herdou do pai.

3 Comments:

Blogger Dri said...

Tenho de concordar que há realmente muita semelhança. Já sei quem deve andar todo babado por isso... ehehehe

Beijocas grandes à borboletinha e aos pais babados!

07 setembro, 2006 17:17  
Blogger T. said...

Coincidência...os nossos filhotes e nós tivemos um início de vida " juntos" muito parecido!!!
Ainda bem que já vai longe...
Beijinhos

07 setembro, 2006 18:35  
Blogger Unknown said...

Nunca estamos preparadas para situações difíceis...estamos habiuadas a ver finais de telenovelas felizes. Obrigada por partilhares este vosso momento.
beijinho
Cris

08 setembro, 2006 18:23  

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