CONCERTO PARA BEBÉS

Ainda estava grávida e já pensava em levar a Adriana a um destes concertos. Tinha curiosidade em saber como se comportariam os bebés, como é que se controlaria ou diminuiria o choro ou a impaciência destes pequenos seres, ao longo de um espectáculo, por muito breve que fosse. Assim, no início de Janeiro resolvemos comprar os bilhetes. O Rui questionava se não seria ainda muito pequena, mas a palavra "bebés" no título do espectáculo era, por si só, bastante expressiva. Para além disso, a Adriana está quase com 10 meses; já não é nenhum bebé! LOL

Chega o dia e como a Adriana é do contra, resolveu que hoje não dormia a sesta, apesar de estar cheia de sono. O curioso é que nós tinhamos escolhido ir ao concerto das 16.30, precisamente para dar tempo de dormir um pouco depois de almoço e estar bem disposta. Para que é que se anda uma mãe a preocupar com o bem-estar de uma filha?! Adiante. Afigurava-se uma tarde de mau humor e mau feitio, mas lá fomos preparados para tudo.

Quando lá chegámos, os carrinhos de bebé já se aglomeravam ao pé do bengaleiro. Esperámos um pouco e algum tempo depois, os actores vêm ter connosco ao foyer, lugar onde nos explicam como se vai desenrolar o concerto e como nos devemos comportar nós, os pais. Sim, porque em relação às crianças, tudo é permitido.

Todas as instruções foram dadas a cantar e desde o início os miúdos começaram a ficar atentos, inclusivamente a Adriana. Fomos encaminhados para a sala. Estava organizada em forma de quadrado, com duas filas de almofadas e uma de cadeiras a toda a volta. Eu e a Borboleta ficámos na fila do meio e o Papi logo atrás de nós. O espectáculo correu lindamente. A Adriana nunca chorou. É verdade que também não parou quieta e foram poucos os momentos em que esteve realmente atenta. Passou o tempo a gatinhar, a agarrar-se às senhoras da frente, a levantar-se e a sentar-se... Enfim! De vez enquando lá parava, olhava, ouvia... para, imediatamente a seguir, prosseguir a sua odisseia.

Arrancou muitos sorrisos da "vizinhança", pelo facto de não parar e rir para qualquer pessoa que encarava de frente. A determinada altura, uma das actrizes que estava perto de nós, pegou nela e levou-a mais para a frente. E ela lá ficou, dessa vez atenta, e sem se preocupar com o facto de não estarmos perto dela. O "caldo entornou" quando essa, a passa para o colo da harpista. A Adriana não gostou e começou a chorar.

O concerto durou cerca de uma hora e foi óptimo. Os actores deixaram os miúdos andarem livremente. Os maiores misturavam-se com eles e com os músicos. Ninguém se preocupou em controlar os filhos, em condicionar os seus comportamentos, em dizer-lhes que se estavam a portar mal... Nem podíamos fazê-lo; afinal, a festa era deles e para eles. Para além de que nós, adultos, tinhamos sido bem instruídos, no início do concerto.

No final, demos o iogurte à Bomboquita ainda na sala do espectáculo e fomos tirar algumas fotografias para mais tarde recordar. Cruzámo-nos com a actriz que mais tinha estado com a Adriana, que se nos dirigiu, relativamente à nossa filha, nos seguintes termos: "É uma menina muito curiosa e atrevida!" Gostámos! Uma das senhoras em quem a Borboleta se empoleirou uma série de vezes para se erguer, também me perguntou que idade é que ela tinha e, após a resposta, ouvimos um: "É um espectáculo!". Também gostámos!

Saímos de lá felizes por termos feito um programa diferente com a nossa filha e por ter corrido bem. Em Maio gostava de lá voltar.

Ficam algumas das fotos que tirámos para recordar o momento.

Panfleto promocional

Enquanto aguardávamos o início

No final, enquanto ouvíamos o que havia a dizer sobre a Adriana

Não simpatizou particularmente com a harpista, mas com a harpa...

Este post é extenso, mas de forma propositada. É para ser lido por todos os que se interessarem, porque é público, mas é principalmente para nós, para que nos lembremos mais tarde como correu e como nos sentimos.

Ah! Para terminar, fica o registo de que a "EléctricAdriana" adormeceu assim que entrámos no carro. Eu e o Papi ficámos a interrogar-nos sobre a razão;) É que não nos pareceu haver motivo para estar cansada ou com sono.